segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mudanças, recomeços em uma fé milenar

"Certa tarde, marquei uma hora com o meu pastor e disse a ele que estava saindo, que iria cair no mundo para colocar as idéias em ordem.

[...]

- Você acredita em Deus?
- Sim. Eu quero fazer uma viagem com ele.
- Você não tem nenhuma dúvida?
- Não. Não tenho nenhuma dúvida em relação a Deus nem nada. Sou eu. [...]

[...]

Imagino que o que eu queria de volta é o que todo cristão quer, quer eles compreendam, quer não. O que eu queria era Deus. Eu queria uma interação tangível. Mas, para ser honesto, ainda mais do que isso, eu queria saber quem eu era. Eu me sentia como um robô, um inseto ou uma bolha misteriosa flutuando no universo. Eu acreditava que, se conseguisse entrar em contato com Deus, ele conseguiria me explicar quem eu era e por quê.

Os dias e semanas antes de um verdadeiro compromisso com Jesus, podem ser terríveis e solitários. Acho que estava amargurando com a experiência humana. Nunca pedi para ser humano. Ninguém foi até o útero e me explicou a situação, pedindo minha permissão antes que eu fosse arremessado no mundo, antes que eu tivesse que comer, respirar, sentir prazer e dor. Comecei a pensar em como era estranho ser humano, como estamos presos dentro dessa pele, forçados a nos sentirmos atraídos pelo sexo oposto, forçados a comer comida e a usar o banheiro e então ficar cravado na Terra pela gravidade. Acho que talvez tivesse enlouquecendo ou coisa assim. [...] A vida já não parecia uma experiência de liberdade.

[...]

- Desculpe-me, Deus. Lamento estar tão confuso sobre você, agindo de modo tão falso. Espero que não seja tarde demais. Eu realmente não sei quem sou, quem você é, ou como é a fé. Mas, se você quiser conversar, estou aqui agora. Pude sentir você me condenando quando eu era garoto e sinto como se você estivesse tentando chegar a mim. Mas sinto como se você fosse um alienígena ou coisa assim, alguém muito distante.

[...]

Deus está se esticando para me resgatar. Estou aprendendo a confiar nele, aprendendo a viver segundo seus princípios de que devo ser preservado."

( Donald Miller - BLUE LIKE JAZZ )

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